Jorge D. M. Mateus

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JORGE D. M. MATEUS

INVESTIGADOR INTEGRADO CEPS

A minha investigação foca-se nas implicações éticas, sociais e filosóficas das tecnologias emergentes na intersecção da inteligência artificial (IA), das neurotecnologias e da bioética. O meu trabalho examina criticamente a forma como as Interfaces Cérebro-Máquina (ICMs) integradas com IA avançada e outros sistemas neurotecnológicos são cada vez mais utilizados não só para monitorizar e interagir com a actividade cerebral, mas também para prever e modular o comportamento em tempo real. Estes sistemas, quando associados a algoritmos de IA avançada, têm o potencial para se tornarem poderosas ferramentas terapêuticas com aplicações na saúde mental, no aperfeiçoamento cognitivo e na neuro-reabilitação. No entanto, a sua capacidade para contornar ou anular a acção e a autonomia humanas suscita preocupações em torno da identidade pessoal, liberdade e privacidade mentais. Investigo a forma como estes desenvolvimentos podem conduzir a desafios éticos e existenciais, incluindo problemas de auto-alienação e erosão da liberdade cognitiva, explorando também implicações mais vastas em termos de segurança, protecção, justiça e florescimento humano.

Durante a minha investigação de doutoramento, desenvolvi uma abordagem denominada “desenvolvimentalismo da natureza humana”, que consiste num modelo desenvolvimentalista de aconselhamento para intervenções de melhoramento humano. Esta abordagem dá ênfase a um processo de orientação que não é neutral e que vai para além da obtenção do tradicional consentimento informado, oferecendo aos indivíduos uma compreensão abrangente e personalizada da sua condição. O meu objectivo é permitir um consentimento informado e reforçado através de um modelo colaborativo e reflexivo de tomada de decisão.

Actualmente, trabalho no desenvolvimento e aplicação desta abordagem em neuro-ética, focando especificamente os desafios éticos colocados pelas ICMs e pelas intervenções baseadas em IA como parte da integração homem-máquina. Mais especificamente, estou a trabalhar na concepção de salvaguardas processuais que garantam uma utilização segura, ética e autónoma das ICMs de forma a proteger os processos de tomada de decisão dos utilizadores e minimização dos riscos de utilização.

As minhas principais áreas de especialização (AOS) são Filosofia Política, Ética e Ética do Melhoramento Humano. As minhas áreas de competência (AOC) incluem Bioética, Neuroética e Ética da IA.

CATEGORIA PROFISSIONAL

  • Professor assistente convidado

EDUCAÇÃO

  • 2024. Doutoramento em Filosofia pela Universidade do Minho. Título da tese: «Bem-estar e melhoramento humano: rumo à natureza humana desenvolvimentalista».
  • 2015. Mestrado em Filosofia Política pela Universidade do Minho.
  • 2013. Licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade da Beira Interior.

OUTRAS INFORMAÇÕES

Interesses de investigação

  • Neuroética e Ética da IA
  • Neurotecnologias
  • Integração Humano-Máquina
  • Ética do Melhoramento Humano
  • Internet dos Corpos

Capítulos de livros

Artigos

2020. c/ P. Moreira [entrevista]. “Filosofia Política, segundo João Cardoso Rosas”, in. A. Malamud, M. Camerlo & R. Pinto (eds.), Ciência Política à Portuguesa. A Disciplina Contada Pelos Seus Protagonistas.

2025. “Are brain–machine interfaces the real experience machine? Exploring the libertarian risks of brain-machine interfaces.”,  AI&Society, 1-13.

2024. “Counselling as a procedural safeguard for Brain-Machine Interfaces”, Pandemos, 2, 1-24.

2017. “A Relação Binomial Virtù-Fortuna no Pensamento Ético e Político de Maquiavel”, Argumentos, 16, 137-144.

2015. “Uma Leitura do Discurso da Servidão Voluntária“, Kairos. Journal of Philosophy & Science, 12, 95-110.

2014. “Considerações Sobre a Representação: No Limiar da Soberania e da Democracia em Rousseau e Sieyès”, Problemata: International Journal of Philosophy, 5(2), 68-77.